segunda-feira, 20 de julho de 2009

Meu querido pai.

Sem dúvida um dos desenhos mais marcantes da minha infância, era Bob Pai, Bob filho. Aquele cuidado que o pai tinha pelo filho, me prendia atenção, mesmo tendo que terminar o enorme copo de vitamina de abacate que fazia parte do lanche. Era um apuro atrás do outro. O pai tentava salvar o filho, o filho sempre dizendo que amava o pai. Eu via meu pai assim também e tinha a impressão de que meu pai me salvaria - em algum momento próximo - de uma cilada da vida. Não aconteceu naquela época, aconteceu mais tarde, quando eu não mais assistia desenhos na tv. E aí ti não tive um abraço dele, mas tive o melhor dos apoios, o apoio moral, que foi tudo o que eu precisava. Então me dei conta que podia contar com ele.

*Karine Insuela é uma pessoa que descobriu o tamanho do amor paternal depois de adulta, e depois dos caracteres de "A procura da felicidade".

sábado, 21 de março de 2009

Eu, você, nós dois...


Imaginar viver o dia a dia de outra pessoa até que é algo interessante e atrativo. Mas seriam instantes de vida/papéis trocados com cada uma das pessoas que eu amo. Então seria um instante sob uma moto RD135 e iria a bancos usufruindo da fila para a terceira idade e me chamaria de filha, em outro momento eu estaria no sofá bordando uma toalha de mesa interminavelmente colorida e me ligaria no celular perguntando onde estaria, estaria un minutos na redação de um jornal editando informações e imagens, daria aulas pra meninos carentes e os faria sorrir na hora do almoço, falaria um português embolado num voo internacional deixando a aeromoça enrolada, trataria de um camelo e um gato no deserto, dirigiria uma peça teatral na 'terra do sal' e riria muito da vida, trabalharia numa loja de roupas populares no centro da cidade maravilhosa, cuidaria de um papagaio agressivo e o chamaria de 'lorinha', trabalharia num call-center por minutos - mesmo que fose para sair de lá com as mãos rendidas para cima, estaria de folga curtindo um seguro-desemprego e fazendo minhas unhas diariamente, assistiria minhas aulas e daria minha opinião sarcástica delas, moraria numa casinha de maderia no meu quintal e pularia para ganhar pão, contaria a mesma piada ao me ver e riria alto da mesma forma, acordaria às cinco da manhã para ir à cidade vizinha estudar letras com um professor carrasco, faria shows e mais shows somente com voz e violão, tocaria no violão preto minha bossa nova favorita e meu samba predileto... ah seu eu fosse vocês! (eu lembrava mais de mim!)


*Karine Insuela é uma mulher que apensar de rir bastante depois dos caracteres de "E se eu fosse você 2", ficou pensando na vida e como seria se ela fosse um pedacinho de outras vidas queridas.

domingo, 8 de março de 2009

QUE SURPRESA QUE NADA...


Porque toda família é igual e só muda o sobrenome, disso todos nós estamos cansados de ter a certeza. Fica claro que sempre haverá uma pitadinha de maldade, de insolência e de veneno se o contrário não acontecer. Fotos antigas com revelações grotescas, intimidade posta à prova, situações problema, tentativas de não se falar em determinado assunto através de gestos, caras e bocas (inúteis - vale ressaltar), piadas e mais piadas incovenientes, programa domingueiro na tv e uma rodada de sorvete napolitano, cordilheira de louça na cozinha e a soneca no sofá deixada pra depois, cães tentando escalar as pernas das visitas ou tentando outra coisa também, comentários interessantes e intereisseiros, filme no dvd e uma bacia de pipoca com refrigerante gelado, impressões e confirmações vergonhosas, vontade de ir embora pra nunca mais voltar, ou vontade de matar e não ir pra cadeia por motivo de honra, troca de acusações e de farpas, elogios fáceis, mentiras também. Porção de comida em vasilhas de plástico e sobremesa envolta em guardanapos... sensação de dormência moral e no final, bem, no final a gente tenta ser feliz, porque na manhã seguinte a segunda feira é certa e o sorriso deve estar na cara.


*Karine Insuela é parte integrante de uma família normal hispanica-goianiense e teve uma crise de risos no cinema e um nó na garganta depois dos caracteres de "Surpresas do Amor"

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Essa aparência de mero vagabundo é mera coincidência...


O que estamos fazendo aqui? Todo mundo já se pegou perguntando isso uma vez na vida... Sem muito questionamento filosófico, pensar com os botões porque se sente tanta vergonha alheia talvez seja uma exercício diário fascinante. Você acaba descobrindo que não gosta de tanta coisa, que tantas outras não fazem o menor sentido e que o errado é você! Aí, acende a luz do quarto, passa um batom e um lápis, veste um pretinho básico e sai afrontando, só porque não está morta!

* Mari Pimenta é autista e começou a viver num mundo cada vez mais estranho depois dos caracteres de K-pax.

EU TOMO CONTA.


Apego ou dedicação. Não sei se as palavras seriam essas, acho a primeira melhor. Quem está na condição de ensinar alguma coisa a alguém, se apega ao aprendiz na dedicação de lhe mostrar algo novo – não no sentido de ser mais sábio ou mostrar sabedoria, mas a pré-disposição de ensinar algo que o levará a uma vida menos complexa e menos tortuosa, já que desafios são inevitáveis é tentadora. Seria extremamente interessante se as pessoas seguissem mais os conselhos dados. Nesse contexto a gente tem o impulso de levar pra casa mesmo e fazer curativo não na pele, mas na alma, pra que aquelas lágrimas não caem mais... o que é impossível pois para a alma ainda não fizeram curativos a não ser deixar cicatrizar com o tempo. E a gente corre contra ele, consegue brechas, chora, faz ameaças pra quê? Pra no final, ter aquele friozinho na barriga e sentir crescer uma enorme e visível esperança de melhora.

*Karine Insuela é astigmata, míope e canceriana. Espero que isso explique o sentido do texto que foi escrito depois do caracteres de ‘Veronica’.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

PARE NA PRÓXIMA PARADA, POR FAVOR!


Acredito que a Bíblia esteja certa quando se trata de filhos. Lá eu li que eles são heranças de Deus. E me deparando com a realidade das ruas, das famílias degradadas que aparecem na escola, nas esquinas, no sinal fechado, nas marquises e debaixo das pontes... eu fico pensando no que esses (ir)responsáveis pais de hoje falarão a Deus no dia da prestação de contas. Porque alguém tem de pagar essa conta, já que o Estado não toma conta do cidadão, nem a família do membro, nem a escola do aluno... e no final, se a conversa afunilar muito, nem eu de você e vice-versa.

*Karine Insuela é uma mulher que atualmente tem medo de ter filho. Não pela herança, mas pelo que ele encontrará por aí. E teve esse medo depois dos caracteres de "Última Parada 174".

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

SOBRE O AMOR E O ATO DE SER EGOÍSTA



Porque eu sou egoísta. Por isso eu magoo, eu quero tudo pra mim, e eu acho que as pessoas que amam, amam dessa forma também. Não há como acreditar no amor sem querer para si o que é do outro (sentimento) ou o próprio outro. É aí que a dor cai. E demora cicatrizar, porque a gente mesmo refaz o corte todos os dias, num martírio cotidiano de lembranças e arrependimentos. O pior é quando você se dá conta que é um objeto do amor do outro, ou simplesmente uma ponte para que o outro encontre um amor por aí. Eu acredito que quando uma pessoa ama o outro, ela ama o que ela acha dela no outro. Em características, em entendimento, em cumplicidade. Essa história de que os opostos se atraem nunca me convenceu. Eu nunca gostei de pessoas avessas a mim. Gosto daquela identidade, que depois vira pele. E mais uma vez eu chego a conclusão que o amor é um sentimento possessivo. Não devia ser, mas é. Fazer o quê?



*Karine Insuela é professora em Goiânia e chegou a essa conclusão depois dos caracteres de "Closer - perto demais", embora essa tese ela já tinha pré-estabelecida na cabeça há alguns anos.